Folhas secas







































Ando diariamente pelas ruas de Belém e tenho percebido que nesta época do ano, as mangueiras, figuras tão presentes e queridas da cidade começam a mudar suas folhagens. Para muitos, aquelas folhas amarelas e secas que caem não deixam beleza alguma, pelo contrário, são sinais de sujeira e incomodo para aqueles que transitam por ali. São longos caminhos de folhas. Aos meus olhos até deixam uma certa beleza amarela estendida ao logo das cinzentas calçadas da cidade. 

Por mais que se tente limpar aquele amontoado de folhas no chão, logo o vento começa a trazer novas...ou velhas folhas...rs!

Mas é preciso que aconteça todo esse movimento, para que as arvores possam se renovar e novas folhas surgirem. Observo que sempre tem uma folha caindo, sinal de que está na hora daquela mangueira ganhar um novo ar, um novo aspecto. 

Assim também é a vida. Existem momentos de nossa história que é preciso deixar as folhas secas caírem, para dar lugar ao novo. Deixar se desprender de nós aquilo que não serve mais, pois enquanto estiverem atreladas à nós, estarão apenas ocupando o lugar do novo.

É hora de deixar as folhas secas caírem. É hora de permitir que o novo venha tomar seu devido lugar. Talvez esse processo seja desastroso, assim como as mangueiras, que para se renovarem, precisam de certa forma sujar as ruas da cidade. Mas, somente dessa forma é que poderão se desprender e se livrar daquilo que as deixam velhas.

Penso que quando as folhas caem, as arvores se sentem mais leves, mais vivas, pois o velho em nós de certa forma pesa. Vejo que as folhas secas é o desnecessário que não precisa mais tomar lugar naquelas altas e belas mangueiras.

Assim é a vida, deixar o desnecessário é preciso. Sentir-se mais leve é preciso, pois quando as folhas secas da nossa vida começarem a cair, é sinal de que o novo está a caminho e anunciando a vinda de frutos e frutos em abundância.

E que caiam de nós as folhas secas...


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